Garota, interrompida

Susanna Kaysen passou dois anos em um hospital psiquiátrico e foi através de suas experiências que nasceu o livro Garota, interrompida. Um relato pessoal, intenso e brutal que nos faz refletir sobre nosso papel na sociedade. Esta é uma leitura obrigatória.

Acho que todo mundo que gosta, pelo menos um pouquinho, de cinema já deve ter visto Winona Ryder e Angelina Jolie divando no hospício. Se não viu, dessa vez não importa ver o filme primeiro, os personagens são os mesmos, porém os diálogos e sua cronologia sofreram grandes distorções, acontecimentos que não existem no livro, enfim, isso me incomodou. Susanna de 1967 me entenderia.

Comprei o livro por puro impulso, pois só tive tempo de entrar na livraria durante 15 minutos. Já conhecia o título, o enrredo, o filme, Winona latejou na minha mente, dei uma rabissaca para Jane Austen e fui ao caixa. Uma coisa importante que eu deixara de notar era que a história é baseada em fatos reais e é Susanna, a própria quem escreve.
De fato, distúrbios mentais, é um assunto pesado e delicado. E Susanna foi o peso e a leveza de todo ele. Horas a reflexão era extremamente realista, fria, como quem olha por uma janela, horas era completamente fora da realidade como se estivessemos enlouquecendo juntas. A verdade é que ainda me impertigam simples questões, eu também sou louca? Alguma vez já fui? Ou são só os anos 2000? (foi uma piada).
Em alguns momentos, admito, quis participar da turma de Susanna, Lisa, Georgina, Daisy e Polly, divertidas, engraçadas, fieis. Em outros momentos me arrependi de ter tido tal desejo, quando lembrei da tela nas janelas, das rondas de 5 minutos, dos talheres de plástico e papelão e de não poder me depilar sem plateia. Na verdade, enquanto lia, eu achei que estava lá, é assim que um bom livro deve nos fazer sentir, não é?

De 0 a 10? 9!

Até logo!